Verbalizar

"Expressando uma vida digna"

Textos


O Exercício do Haicai...

 

 

Pare, respire, contemple...

 

     Amanhece é verão e a minha cotidiana ida até a janela, sentir o tempo, contemplar o céu se faz necessária.

     Não seria “eu” se não fizesse isto... Não seria verdadeiro ao meu coração e a minha alma sentir-se-ia insatisfeita.

     O que o dia me diz... O que o vento sopra em meus ouvidos... O que os meus olhos contemplam, antes de interagir com os meus semelhantes?

     Como a primeira oração ao Criador a primeira coleta de haicai faz-se necessária, então; logo percebo qual o kigô se encaixa ao meu instante.

     A prática do haicai faz-se um ritual diário, isto para o haijin que o tem como prioridade, questão de amor e bem-estar, harmonização com a natureza qual fazemos parte.

     Os kigôs apresentam-se voluntariamente, ora, se é manhã é de verão, porque é a estação vigente, se o haicai é “aqui e agora” não posso falar do que já passou, o ontem ficou registrado no meu interior e nos meus trabalhos, quais poderão fazer parte de livros vivenciais de haicais.

     “O haicai é sempre presente” estão aos nossos derredores, basta parar, respirar e contemplar.

     O que os meus olhos traduzem... O que a minha pele sente... Qual o aroma do momento... O que escutam os meus ouvidos?

     Qual o horário das observações?... Se já ultrapassou às 12:00 hs (meio-dia) o kigô mudou para “tarde de verão”, se o “sol-das-três” se apresenta, a segunda fase é à tardinha, antes que venha à noitinha a partir das 18:00 hs. (dezoito horas)

     Deste modo é com o “vento ou a brisa de verão” se estiver noutra região geográfica, também haverá um kigô correspondente, há sempre um kigô para cada ocasião.

     O haijin deve estar ligado e não andar perdido no tempo, pelo contrário sintonizado com os seus sentidos, para ser fiel e verdadeiro com seus haicais.

     O moderador de cenas (-) “kireji” é um contrassenso que retira o haijin juntamente com o seu leitor para a próxima cena, (2° linha) geralmente da ação contemplada no momento.

 

manhã de verão –

o aroma do café me chama

"venha pra mesa"

 

     O simples fato do haijin sentir o tempo exterior pela janela, para a escolha do que irá vestir ou calçar antes que saia de casa, o chama novamente para dentro por outro sentido, através do aroma do cafezinho passado.

     E assim segue-se o dia repletos de haicais esperando serem coletados, nas conduções, pelas ruas e avenidas, debaixo de um dia de verão, vivido com intensidade sobre a pele, com os olhos e ouvidos atentos, pois; é o seu momento, momento de colher e servir haicais.

     Bom estudos e haicais!




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Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 04/03/2025
Alterado em 05/03/2025
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