O beijo na cruz
Sol de outono... no vitral mostra-se em solidão sem proveito a alma de um pequeno templo. Corre o tempo lá fora e é medido. A mente desperta vê-se em desejo humano, o corpo avança, come, bebe os beberes dos santos. Bem dentro, no coração em contrição surge súbito desejo de salvamento. De manhã, à noite, a aspiração é ser um anjo a voar no meio do céu. Impulso em impulso ergue-se e a confiança no Deus Forte só faz aumentar e faz-se bom proveito das intenções de Cristo. E a cruz é beijada. Ligam-se assim os planos, terra e céu, coração e razão se encontram, beleza e verdade se tocam. Ascensão em ascensão, alegria a cada ascensão, e então enche-se a alma de amor divino e de anseios pela vida sem restrições com Deus, que é a salvação para sempre. Matilde Diesel Borille
Enviado por Maurício de Oliveira em 23/05/2021
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