Objetos
Cá estou com minhas moedas, algumas delas da minha infância, eu às guardei, quanto tempo se passou... A melancolia bate a minha porta, toc, toc, toc, deixo-a entrar._Sente-se comigo por favor! Você sempre é minha amiga. Que tal aquele mate? Aquele do leão qual coávamos, adoçávamos e bebíamos, naquelas tardes de sol com bolinhos de chuva... Lembra? Cá estou com meus canivetes... Tenho um do tipo pica-fumo igual do meu avô, o fumo que na feira comprava, na palha enrolava, contando-me estórias que o meu futuro aguçava. Óh que tempo feliz! Cá estou com relógios de bolsos, daquele que o sapateiro usava, do mesmo que o leiteiro contava, enquanto eu nem sabia ler. Cá estou com algumas bolinhas, das estecas que jogávamos, dos triângulos que brincávamos, enquanto no futuro não pensava e agora estou por aqui... Óh que tempo remoto! _Vai-te querida não fiques mais! A noite já se aproxima, o vento frio me confina, lá fora o tempo é ruim... Aqui faço meus gostos, pela falta de amor eu não sofro, fico com os meus objetos qual fazem meus lábios sorrir. _A tua visita agradeço, à Deus e com muito apreço, tão cedo não desejo partir. Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 22/04/2020
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