Desastrado
Me desculpe, quebrei seu botão em flor,Jamais lhe imaginaria em lugares baixos. _Bota horrenda! Bota horrenda a minha! Onde estão nossas asas ó flor?... A poesia se levanta, após período inquieto, _Desastrado! Como sou um desastrado! Nossas asas, estão espelhadas n’alma, Guarde as sementes, com seu o carinho, Disperse-as num dia d’pranto, na rega, O tempo cuidará de ti, e de suas filhas. Sorrirei... Lembrarei... D’onde estarei. _Descuidado! Como fui um descuidado! Foi sem querer Flor! Sem querer poesia! Sua poesia vive em mim, voo para além. _O adubo! Como pude esquecer o adubo! Que vivam as cerejas, amoras e pitangas! Petiscos de pássaros e cânticos de manhãs, Recreio para crianças, sombras deste amor, Que sejam nas ruas, alamedas e jardins, Em campo aberto, ou beira de estrada. _Fui o culpado! Sempre sou o culpado! Que contem estória d’este amor sem fim, Herança florescente, d’Asas Flor e Poesia. _Ó como fui cego! Cego sou! Desculpe-me, pela quebra do seu botão, Não lhe imaginara em lugares baixos. _Cuidemos bem de nossas flores. Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 04/08/2018
Alterado em 05/08/2018 Copyright © 2018. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |