Diálogo
Ela veio ao meu encontro e disse: _Oi tudo bem, reparei que andas preocupado, queres conversar um pouco? Receoso lhe respondi: "Tudo bem vamos, não adianta fugir de você". Ela sorriu, segurou minhas mãos trêmulas pela surpresa e disse-me: _Vai ficar tudo bem, por favor acredite. Seguimos juntos de mãos dadas, por um caminho florido. _Veja como é lindo o amanhecer com seus primeiros raios de sol, os pássaros despertos louvando ao Senhor da Vida, pelas novidades que ainda irão desfrutar, groselhas, pitangas, jabuticabas e amoras para seus dejejuns, as mariposas da noite atordoadas pela visão diurna, é um banquete inesperado, agradecem o amor de seus pais, pelos ovinhos chocados que lhes trouxeram a vida, nunca murmuram só exaltam a Aquele que a tudo lhes fornece. _Por ventura, não valeis vós, mais do que os pássaros? “Sim!” – respondi-lhe automaticamente. _Sinta a brisa fresca da manhã, repare aquela folha desprendida, nada é trocado de lugar sem que Deus não saiba, Ele sabe quantos fios de cabelo existe na sua cabeça, sabe também o que a sua língua vai falar, antes das palavras se formarem na sua mente, assim Ele é, mesmo antes do antes existir. “Nossa! Louvado seja Deus!” _Sinta-se um privilegiado por vivenciar o final do século passado e o começo deste último. _Vamos visitar algumas pessoas. Ela não largava a minha mão, mostrava-se empolgada, por estar comigo. Ensaiei um sorriso, meio sem jeito e desbotado. _Vamos entrar! – exclamou. _Veja meu caro, indicou-me algumas crianças sorridentes. Olhe todas elas carequinhas meninos e meninas, são flores especiais do jardim de Cristo, existem outras violadas pela perversidade humana, vitimadas pela desarmonia existente no ser humano, provenientes da entrega de suas vidas aos desvarios constantes. _O homem toma a sua decisão e recolhe a safra do que plantou, mesmo assim, Deus amou o mundo de tal maneira e a sua criação que entregou o seu único Filho Jesus, o Justo pelos injustos, o reto pelos tortos, o inocente, pelos ladrões, prostitutas, corruptos, por toda sorte de maldade que modificam o ser humano. _Você entregaria seu filho ou filha por uma espécie destas? “Lógico que não!” _Mas Deus o fez por você e por todos. O homem é como a erva do campo, molhada pelo sereno da madrugada, logo aparece viçosa, mas no decorrer do dia, vai murchando, secando-se por completo no crepúsculo. _Vamos para outro lugar chamado: “Recanto dos esquecidos”. Lugar de esquecimento, outros preferem dizer; de saudades e ingratidão, não nos importa o nome, o que importa são as confinações e maus tratos, eles merecem ser tratados com intolerância? Desrespeito? Não precisam mais serem ouvidos? _Levanta a tua cabeça, contemple os astros do céu, olhe para as nuvens longínquas, até onde puderes e peça perdão pelos seus erros, e louve ao Senhor da Vida! Foi Ele, quem estipulou os seus dias de 70 anos, havendo vigor de 110, mesmo que seja enfado e cansaço, Ele jamais esqueceu de você. O que fazem os homens que ainda não o conheceram? Que não viram a sua face nos denários do seu coração? Míseros! Não sabem ainda o que é valor! _Apressa-te meu caro, tenho obrigações, vidas a recolher, trabalho em parceria com o tempo e ele me aguarda. Ela me deixou na porta de casa, soltando as minhas mãos e disse-me: _Não fique triste, enquanto a vida, existe esperança, você colhe o que plantou, mas, achega-se para perto do Pai, só você pode mudar o coração D’Ele, se Ele ver sinceridade nas suas palavras. Tudo passa e tudo acaba, comemorações e honrarias, alguém se lembrará de você, vez por outra, somente estará vivo nas memórias, daqueles que lhe conheceram e lhe amaram realmente. _A estes devoteis o real valor, ame-os com todas as forças de seu coração. Preserve a sua alma, alveje-a no sangue do cordeiro, que nos purifica do pecado. _E saiba que se te encontrar novamente, vou levá-lo comigo. Então; ela se foi sem olhar para trás, com um sorriso sinistro nos lábios. De alma apaziguada a minha língua abençoa a todos em nome de jesus Cristo.
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 05/01/2018
Alterado em 08/01/2018 Copyright © 2018. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |