Vestido
Minh'alma saiu correndo e virou a esquina entre a multidão. Os meus olhos escureceram, lágrimas rolaram copiosamente, Para onde foi o meu vestido? Fiquei nú... Desprotegido, a guia da calçada foi o meu refugio, fui chutado, roubado e desprezado, lobos me devoravam. Deste jeito dormia, amava e levantava com a minha loucura. Entre o frio o sereno e a chuva, olhava para o teto estrelado e uma composição de esperança brotou-me no coração. _Te chamo de volta pedaço meu, _Vestido de glória e poder, _Presente que o Senhor me deu, _Venha restaurar o meu ser. Pela repetência diária algo se cumpri, na insistência aborreço a justiça e ela tira as vendas e me enxerga, expede um mandado para o bem, daquele que não desistiu de lutar e viver. Já me faço de pé mesmo com as pernas bambas, me sinto feliz enxugando as lágrimas, pois no meu reencontro serei restituído. Pois que lucro terá uma pessoa se ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 15/01/2017
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