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Nuvens Q' Falam.
Últimas cirros abóboras perdem sua cor seguem seu fluxo, anunciam a ventania da noite por chegar. Vento que soa alto, varre como vassoura de bruxa, joga sobre o ar a poeira de um dia indigesto, expurga aborrecimentos e lamentações, apazigua alma no que parece ter sido o fim de tudo num eterno sonhar. Noite que tira das tocas vampiros morcegos, vilões e ladrões a procura de vítimas, que fazem do noturno seu eterno morar. Vento que leva multidões sedenta de amor, as ruas gélidas atrás de um trago quente e orgasmo, há uma mera diversão de prazer para futuramente crer, no sonho de amor que não se realizou, perpetuou, enquanto alguns dormem outros sonham acordados, drogados se entregam a pura sorte de vida ou morte. Primeiras cirros vermelhas despertam no horizonte, anunciam em suas escamas o novo dia acontecer, mudanças de hábitos e humor, de surpresas agradáveis e tragédias nebulosas, assim o céu perpetua registros intrínsecos, numa consciência eterna que ninguém haverá de fugir. No final de cada dia ainda existe uma esperança. Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 26/07/2014
Alterado em 27/07/2014 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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