Percepção Literária.
A arte de escrever é surpreendente os caminhos inspirativos percorridos pelo autor são o tudo que pode se fazer nada quando um ou mais leitores se perdem na leitura, isto é: ficam entre a realidade explorada no texto e a ilusão criada pelo autor. O autor necessita de seus condimentos para temperar e dar mais sabor a sua narrativa, mas o leitor por vezes tem o paladar pouco desenvolvido e acaba se perdendo nos sabores. Uma criação literária não necessita de justificação para facilitar o entendimento de alguns leitores ou seja: ao término da criação acrescentar a frase: “Este texto é uma criação literária” isto não é nada agradável nem para o autor como ao leitor. É decepcionante para o autor saber que seu leitor não entendeu ou se perdeu em sua criação e mais decepcionante é quando o mesmo julga seu caráter individual na forma de comentários. A limitação da percepção literária nestes casos torna-se evidente através dos próprios comentários efetuados coisas do tipo: “isto tudo vai passar poeta”, “dias melhores virão”, “aqui se faz aqui se paga” entre outros, certos que às vezes os deboches são revelados, mas isto é coisa insignificante quando a carapuça serviu a alguém. Lembro-me de estar sentado numa igreja ouvindo a pregação de um padre ou pastor e olhar para meu semelhante e pensar comigo mesmo: “Esta palavra serve para aquele fulano” preocupado com o cisco nos olhos de meu irmão não percebendo a trave colocada aos meus. Certos impulsos são naturais do ser humano quando este não atingiu a maturidade necessária para a compreensão do que se passa ao redor e consigo mesmo, não diferente de uma criação literária. Também lembro quando conversava com um escritor e o que me disse que fazia com seus leitores, convidando-os a uma caminhada pelas suas linhas e de como os levava para longe e de repente passava-lhes uma rasteira, deixando-os sozinhos na beira do caminho e como enviava seus personagens para resgatá-los tornando-os parte de sua composição. Os elementos de sua história eram diversificados, os vilões e os mocinhos surpreendentemente usavam os leitores perdidos, às vezes submergiam suas cabeças num mar de palavras e antes que se afogassem, faziam-lhes respirar a brisa suave de suas poesias e de como subiam num balão colorido e mostrava-lhes do alto as belezas da terra sem lhes mostrar a agulha que segurava em uma das mãos, para se precipitarem em queda e antes de alcançarem o solo e se arrebentarem voavam nas asas da ilusão. E nesta ilusão os integrava numa disputa como tênis de mesa fazendo-os bolas de “ping e pong”, qual levavam raquetadas de um lado da realidade e de outro da ilusão até assimilarem algo e declarava-lhes algumas frases e sentenças o qual ficavam atônitos. E como ficavam maleáveis e prontos para o implante de seus ideais com temas diversos, “conceitos revolucionários”, “doutrinários ou filosóficos” o que ele quisesse implantar. Nada diferente de um autor de novelas ou filmes que deixam os telespectadores amarrados no dia a dia com as cenas do capítulo a seguir, maleáveis ao implante do consumismo necessário através dos comerciais diversos. _Ah! Isto é uma crueldade. - pode pensar alguns - Mas na verdade é tão somente a pura realidade. Deste jeito a percepção literária se torna aguçada e o cuidado em não perder o caminho das letras percorrido é o elemento prazeroso da volta onde os ganhos são incontáveis. Sou do tempo de três abreviações: Obs. Observação. NA: Nota do Autor. E agora PS: para todas friso que não tenho que colocar no final de meus textos: “Este texto é uma criação literária”, pois não estarei ajudando o meu caro leitor. PS: “Este texto não é uma criação”. Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 29/05/2014
Alterado em 01/06/2014 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |