Pintinhos dispersos
Aproveitando alguns dias de atestado médico faço o que mais tenho prazer que é escrever.Mas tive que ir ao banco pagar umas continhas atrasadas e após a semana de carnaval o banco parecia estar fechado... Uma confusão danada para entrar no banco com portas giratórias que a todo tempo alguém era barrado. Tiazinhas tinham que abrir as bolsas como se levassem uma metralhadora dentro... Alguns clientes tinham que esvaziar os bolsos de moedas, chaveiros e celulares o meu caso. E quem diria vinte minutos para entrar no banco numa fila enorme embaixo de um sol quente, para lá dentro estar tudo perfeito e vazio?... Ar condicionado e a fila nem estava tão grande, enquanto lá fora parecia um campo de batalha. Foi quando um senhor falou logo atrás de mim. _Eles fazem isto para não permanecemos mais de 40 minutos na agência, pois eles levam multas. Ele mesmo respondeu não achando um interlocutor. _Que multa que nada o povo não vai atrás de seus direitos! - continuou: - Só soube de um caso no Paraná que alguém reclamou seu direito e foi ressarcido isto depois de 10 anos! Ele encontrou quem lhe desse atenção e começou o bate papo: _Os ladrões de bancos é que fazem certo roubando o dinheiro do governo, pois bancários e governantes são farinha do mesmo saco. O outro disse: - Certo quando dividem o dinheiro com a polícia e o delegado, quando não dividem eles metem bala e pronto. - O conversador afirmou: - Sabe quanto ganha um delegado de policia? 50.000,00 cinquenta mil reais fora a comissão. Nossa! Pensei acho que não... Observava a tudo, reparava os velhinhos na fila reservada com expressão de medo e desconfiança nos rostos, o falador insistia em chamar atenção talvez precisasse disto, às vezes virava e dava uma risadinha de cordato, mas preferi olhar uma mulher de uns 35 anos no máximo, era mais interessante ver o seu bumbum arredondado enquanto não chegava a minha vez. Comecei a pensar no sexo feminino e seus dotes e como consegue chamar a atenção do sexo oposto. A visão era maravilhosa percebi que a fixação e a descrição iniciavam um duelo em meu ser e perguntei-me como isto pode acontecer?... As olhadelas e os disfarces eram minha interpretação a parte que me cabia até que ela foi atendida. Foi quando ouvi o falador novamente: _Hoje em dia os roubos de carros são todos feitos por encomendas, à documentação esta toda feita para aquele determinado veículo é somente encomendar e pronto. O outro afirmou meio duvidoso: - É assim mesmo. Ela disse: Muito obrigada e foi embora levando consigo o meu olhar. Pensei o quanto chamara atenção e como cativava os velhos babões e que jamais imaginaria o que realmente fazia com a particularidade de cada pessoa. Enfim escutei falarem próximo duas vezes. Era minha vez e a do falador no caixa ao lado do meu. _Bom dia! Ela falou - Bom dia vim pagar meu condomínio. - continuei. O falador ao lado falou que iria fazer um saque o caixa olhou o cartão dele e disse: _Vamos tentar não sei se vai conseguir. _Como! Eu venho todo mês nesta agência e saco se o senhor não quer fazer o saque é outra coisa! E você já esta me desrespeitando. _Calma senhor! - Que calma nada vamos tentar o meu saque! _Senhor eu só queria dizer que estão trocando os cartões e os velhos estão sendo bloqueados. Como mudara da água para o vinho? De repente... Toda simpatia havia sumido... Talvez o dinheiro fosse importante naquela hora. _O senhor não pode sacar enquanto não trocar seu cartão concluiu o caixa. Ele saíra bufando e dizendo: - Que banco! Que banco! A caixa efetuara meus pagamentos olhou-me e disse: _Falta amor no coração das pessoas, Deus na vida delas. Fitei-a nos olhos por segundos como adentrando seu interior, encontrei o que precisava sinceridade. _Muito obrigado! - disse eu saindo do banco refletindo. Ela finalizara com chave de ouro, a nossa atual realidade tem-nos engolido o estresse baila sobre o ar tentando abraçar alguns e o medo é constante, saímos de casa sem saber se voltamos, mas como ela disse: Com amor e Deus em nossas vidas fazemos alguma diferença?... Com certeza e não daremos de cara com o vilão, a proteção como a da galinha que abriga seus pintinhos embaixo das asas para protegê-los do gavião é a sua excelência. Feliz é aquele que encontra abrigo na sombra do Pai. Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 11/03/2014
Alterado em 16/03/2014 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |