Ébrio
E foi assim que aconteceu... A ebriedade levou-o ao ridículo.
O homem tão sério agora era um palhaço, motivo de vergonha para amigos, esposa e filhos.
Do seu mundo real preferiu fugir, levou consigo o orgulho ferido, virou mosca humana dos balcões de padarias e bares.
Seu tempo infrutífero passa rapidamente e não percebe.
A percepção d'antes agora é sinônimo de piadas, risos e deboches.
Caminha desgovernadamente é um corpo sem cabeça e rumo, um bicho papão aos olhos das criançinhas, que ainda descobrem o mundo.
Mundo que ele um dia descobriu e em determinado tempo deixou.
Vive sua alegria de dose em dose, sem medir os copos de lágrimas derramados.
Assim é a vida, o mal é vendido em cada esquina e delas adentram moradas d'almas.
Estamos vulneráveis a sucessivas transformações, degradamos ou edificamos a vida, a desarmonia é crescente, os estragos muitos, mas; quando nos dispomos ao asserto, tudo começa do zero e como crianças renascidas, percebemos os primeiros raios de sol.