Bruxa
Suas vestes tinham linhas de inocência, Servia-me palavras, encharcas sobre mel, Na maquiagem, escondia a evidência, Dizia vítima do amor, Óh! Mundo cruel! Nas pratas da mesa sua imagem era refletida, O bolo aromático reclamava fermento adúltero, Toalha fina de rendas, como teias tecidas, O pão, chá, café, clamavam cuidado efêmero! Mal ela sabia! Que meu espírito a sondava, Que suas roupas, a mesa, o ar, me revelava, De súbito levantei, desculpas pedi, nada toquei, Artimanha! Nos seus lençóis não me enrosquei. Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 22/06/2012
Alterado em 19/06/2022 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |